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Planetas, asteroides e meteoritos

OS PLANETAS

“Imagine que o mundo seja algo como uma gigantesca partida de xadrez sendo disputada pelos deuses, e que nós fazemos parte da audiência. Não sabemos quais são as regras do jogo; podemos apenas observar seu desenrolar.  Em princípio, se observarmos por tempo suficiente iremos descobrir algumas das regras.  As regras do jogo é o que chamamos de física fundamental” (Feynman, Richard, e outros, Mytths of Creation, citado por M. Gleiser em “A dança do Universo”, Cia das Letras, SP, 1997).

Isso nos leva a interpretar a Física de distintas maneiras: ou é um modo racional de estudar a natureza ou é um desafio intelectual, uma linguagem de “deuses”. Quando uma nova descoberta é realizada, ela é precedida de incontáveis estudos a respeito, realizado por indivíduos que jamais vão aparecer em livros ou histórias.  Muitas vezes, a extrapolação de resultados é o campo de progresso da Física. Quando se estuda o “raiar da existência”, inúmeras vezes observamos que os autores e cientistas se utilizam muitos de expressões como “supõe-se que”, “provavelmente” ou “acredita-se que”.  Cabe ao leitor ser crítico em relação à essas observações.

Os astrônomos acreditam que os planetas se formaram há 4,5 bilhões de anos, resultantes de choques ocorridos com pequenos corpos que existiam no Sistema Solar.  Inicialmente esses choques ocorriam por acaso.  Duas “pedras” que giravam em torno do Sol tentavam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, ocasionando um choque perfeitamente Inelástico, ficando uma presa a outra.  Após sucessivas colisões, o bloco formado com os diversos corpos que se chocaram e ficaram “grudados” uns aos outros passaram a criar um campo gravitacional suficiente para atrair mais “pedras”, que se chocaram com esse protoplaneta (planeta em formação).  Com os choques, os blocos de rocha se aqueceram e sofreram deformações.  Com o tempo, foram se fundindo em um só bloco.

Como na natureza os corpos tendem a encontrar a forma que lhes permita perder a menor energia ao mover-se, foram adquirindo o formato esférico. Assim, a matéria quente e pastosa dos protoplanetas, submetida à ação gravitacional do núcleo em torno do qual executava um movimento de translação (no nosso caso, do Sol), originou os planetas esféricos. Como todos os planetas conhecidos possuem um movimento de rotação em torno de um de seus eixos, isso gera uma força centrífuga que tende a projetar partes do planeta em formação “para fora”, ou seja, tende a “desmanchar” o planeta.  Quanto mais rápido o planeta efetua o movimento de translação e quanto mais longe o ponto estiver de seu eixo (maior raio), maior essa força centrífuga.  Dessa forma, os pontos no equador do planeta são submetidos à maior força centrífuga do que os pontos nos polos, levando os planetas a serem achatados nos polos, tendo a forma que conhecemos.

ASTEROIDES E METEORITOS

De tempos em tempos a mídia divulga alertas catastróficos, envolvendo profecias e similares, sobre o final dos tempos. A maior parte das religiões faz alusões de que chegará o dia em que o mundo, como o conhecemos, sofrerá uma transformação tão profunda que podemos dizer que “nosso mundo acabará”.  Isso poderá ser uma catástrofe natural ou manifestação da capacidade destrutiva dos humanos. E essas “bestas do apocalipse” tem sempre algo com o que se preocupar e preocupar aos demais!

Todos os anos, ao menos 150 corpos celestes de dimensões reduzidas, porém significativas, chegam a atingir a superfície terrestre.  Sem contar com o considerável número que se torna incandescente e “queima” antes de atingir a superfície, as famosas e belas estrelas cadentes, que se pode contar aos milhares. De tempos em tempos, corpos celestes maiores, um asteroide, atingem a Terra. E, eventualmente, em tempos que podem ser medidos em eras, corpos de grande tamanho já atingiram nossa superfície, provocando fenômenos em escala global, como o degelo e a extinção dos dinossauros.

Mas, o que é um asteroide?  E um meteorito?

Os asteroides, também conhecidos como planetoides ou pequenos planetas, são corpos celestes de dimensões não muito grandes, que possuem órbitas bastante definidas.  O problema é que essas órbitas podem, de tempos em tempos, fazer coincidir suas posições com a posição de outros corpos celestes maiores, os planetas, gerando choques que podem produzir efeitos terríveis para todos os envolvidos. Na antiguidade era impossível saber da existência dos asteroides, até porque eles não são vistos a olho nu.  Porém, existem muitos relatos de cientistas que achavam estranho a grande distância existente em os planetas Marte e Júpiter.  Essa enorme porção do espaço estava aparentemente vazia, o que não fazia sentido.

No final do século XVIII, os cientistas começaram a vasculhar o espaço atrás de outros planetas.  Em 1 de janeiro de 1801, portanto no primeiro dia do século XIX, o italiano Piazzi, diretor do observatório de Palermo, na Sicília, Itália, avistou pela primeira vez um asteroide, ao qual deu-se o nome de Ceres, a “deusa da agricultura”, divindade mitológica protetora da Sicília.  Logo em seguida muitos outros asteroides foram descobertos, sendo que Ceres é o maior de todos, com 959 quilômetros de diâmetro equatorial e 907 de diâmetro polar. O menor asteroide já catalogado é o KA2, com cerca de 5 m de diâmetro. Presume-se a existência de 45.000 asteroides, mas apenas 6.100 foram determinados com precisão. A maior parte dos asteroides está localizada em uma região entre Marte e Júpiter, com 550 milhões de quilômetros de largura.

Os meteoritos são corpos celestes, provavelmente resultantes da deterioração de asteroides e cometas, que penetram na atmosfera da Terra vindos do espaço exterior. A maior parte deles é muito pequena, do tamanho de grãos de poeira, porém alguns chegam a ter quilômetros de extensão.  Quando penetram na atmosfera tornam-se incandescentes, produzindo as chamadas estrelas cadentes.  Alguns conseguem atingir a superfície da Terra antes de se desintegrarem totalmente pela combustão. Esses corpos celestes são classificados como aerólitos (rochosos) ou sideritos (metálicos).

O maior meteorito conhecido é o que atingiu a Namíbia (África) em 1920, com 2,7 metros de comprimento e 2,4 metros de largura.  Sua massa é estimada em 59.000 quilogramas. O maior existente em museu é o chamado “Cabo York”, que caiu em 1897 na costa oeste da Groenlândia.  Possui 33.883 quilogramas e encontra-se em um planetário em Nova Iorque. No Brasil, o maior meteorito  registrado é a “Pedra de Bendengó”, que possui 5.400 quilogramas e caiu no sertão da Bahia, em 1784.

Segundo cálculos estatísticos, de 70 a 3.000 meteoritos atingem a Terra anualmente.

Fontes:

  • Revista Galileu, editora Globo, edição de março de 1998.
  • Gleiser, M., A dança do Universo – Dos Mitos de Criação ao Big-Bang”, Companhia das Letras, SP, 1997.
  • Puig, Ignacio, S.J., Astronomia, ediciones Daumau Jover, Barcelona, 1962.
  • Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais, editora Três, SP, 1995.
  • Jornal Diário Catarinense, edição de 25/07/02.

Edson Cebola

Graduado em Ciências Físicas e Matemáticas - UFSC; Pós graduado com Especialização em Educação - UNISUL; Aperfeiçoamento em Ensino de Física – formação continuada para Professores de Física - UFSC; Maester in Insegnare Nella Societá Della Conoscenza. E-Teacher & Global Learning - Università Ca’Foscari - Venezia/Itália; Membro da Academia São José de Letras; Professor de Física para Vestibular e Ensino Médio desde 1977.

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